Ozonoterapia no Tratamento do Herpes Zoster: Uma Abordagem Promissora

O vírus varicela-zoster, pertencente à família do Herpes Vírus Humano tipo 3, é o agente causador da varicela e do herpes zoster. Esta doença viral afeta milhões de pessoas em todo o mundo, provocando dor intensa e desconforto significativo. Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões cutâneas dolorosas, geralmente localizadas num dermátomo específico, podendo, em alguns casos, levar a complicações graves.

O tratamento convencional do herpes zoster inclui o uso de antivirais, corticoides e analgésicos, que visam aliviar os sintomas e acelerar a recuperação. No entanto, estes tratamentos nem sempre proporcionam um alívio satisfatório da dor e não previnem complicações futuras, como a nevralgia pós-herpética, uma condição de dor crónica que pode persistir após o episódio agudo da doença.

Neste contexto, a ozonoterapia surge como uma abordagem complementar promissora, que está a ganhar um crescente interesse na comunidade científica devido às suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antimicrobianas. A ozonoterapia consiste na administração de ozono médico, uma molécula composta por três átomos de oxigénio, que tem demonstrado resultados positivos no alívio da dor e na aceleração da cicatrização das lesões cutâneas associadas ao herpes zoster.

O que é a Ozonoterapia?

A ozonoterapia é uma técnica terapêutica que utiliza uma mistura de oxigénio (95-99,5%) e ozono (0,05-5%), gerada por um equipamento médico certificado e regida por protocolos internacionais. Pode ser administrada por diversas vias, sendo a insuflação retal e a auto-hemoterapia as mais comuns no tratamento do herpes zoster.

Benefícios da Ozonoterapia no Herpes Zoster

1. Insuflação Retal:
   Estudos demonstram que a insuflação retal de ozono é eficaz e segura para pacientes com herpes zoster intercostal, especialmente naqueles que não receberam tratamento antiviral prévio. Este método atua através das espécies reativas de oxigénio, inibindo prostaglandinas pró-inflamatórias, bradicinina e substância P, o que explica os seus efeitos analgésicos e anti-inflamatórios. Além disso, promove a remielinização das fibras nervosas danificadas, acelerando a recuperação.
2. Auto-Hemoterapia:
   A auto-hemoterapia mostra resultados significativos na redução da dor a curto e longo prazo. Este método está associado a uma menor incidência de complicações do herpes zoster, devido à ativação de citocinas imunossupressoras e à regulação de mediadores da dor. Além disso, alterações positivas nos perfis de metabólitos séricos sugerem um impacto benéfico no metabolismo energético e na função celular.

Conclusão

A ozonoterapia apresenta-se como uma terapia complementar eficaz no tratamento do herpes zoster, especialmente no alívio da dor e na cicatrização das lesões cutâneas. Esta abordagem terapêutica não só melhora a qualidade de vida, como também pode ter um impacto positivo na função imunológica e no metabolismo energético.

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